[não podeis desconhecer,]

O Transversal

" La Folie... sempre me lembro de ouvir o mar..."

...

não podeis desconhecer,

que os girassóis procuram um sol,

que o poeta bêbado nunca o está,

que as putas adormecem pela aurora,

podeis desconhecer da palavra

que se veste, que se despe,

enquanto o desejo trespassa o silêncio

na amargura das solidões.

Desconheço o reflexo do espelho

que me atormenta,

[quando me olho consciência],

podeis desconhecer o mar,

que se abespinha

enxotando as gaivotas, que adormecem

em areais desertos no inverno,

não podeis desconhecer,

que um adeus será sempre dor,

mesmo na alegria do dia que se segue.

Desconheço as vidas

que são sombras, que passam

como cometas ou como raios

[por mim...],

desconheço-me por vezes,

sei que os meus sonhos

jamais estarão vazios.

Podeis desconhecer o som do violino,

mas não podeis desconhecer

que os girassóis procuram um sol,

que o poeta bêbado nunca o está,

que as putas adormecem pela aurora,

que o mar se abespinha...

e mesmo que desconheça

o que conheço,

liberto as palavras,

….

não podeis desconhecer

que as palavras se querem, [sempre],

livres.

Nkisi
Enviado por Nkisi em 05/12/2011
Código do texto: T3373241
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