[Como são estranhas as fogueiras]

Apresentando O Transversal

" La Folie... sempre me lembro de ouvir o mar..."

Como são estranhas as fogueiras,

onde se queimam bruxas, passageiras

da noite,

alguns gatos pretos também,

riem-se alguns vampiros,

agiotas, reis de espadas tortas,

e o povo assiste,

alguns aplaudem, cantam louvores,

outros atônitos viram-se de costas,

passeiam alguns bêbados,

de cabisbaixo.

Quer-se tudo rápido, sem gritos,

jamais se quer esquecimento, quer-se

exemplo, punição,

como são estranhas as fogueiras.

[Como são estranhas as pessoas].

Como se bruxas existissem, ou

reis de espadas, os agiotas ficam.

Repetem-se os processos,

as regras, somos sociedade livre,

então...?

como se livre fosse uma palavra vã,

sem conteúdo,

não fosse uma luta constante,

até contra nós isoladamente.

Como são estranhas as fogueiras

que crepitam durante a noite,

como somos estranhos uns e

outros,

afinal somos apenas intitulados,

de livres, não de bruxas,

ou gatos pretos,

e o outono

não revela a fase da lua,

apenas a imaginamos...

Renascem outros medos,

das cinzas cultiva-se a terra,

renascem as searas, e as parreiras

crescem, ensombram o corpo,

passeiam alguns bêbados,

de cabisbaixo,

alguém repara neles?

Nkisi
Enviado por Nkisi em 16/12/2011
Código do texto: T3392285
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