Leve[mente]

Esse olhar pesado

que hoje trago

não é meu.

Agro fruto

de circunstâncias

e escolhas

que não fiz.

Esse mesmo olhar

enevoado e envelhecido

além dos anos,

interroga-me

sobre perdas e ganhos

na inútil tentativa

de caminhar

além do caminho.

E assim vou

quebrando espelhos,

rasgando trajes

que não me servem

e enterrando mortos

que insistem

em voltar.

Mas apesar das lúgubres

noites de agonia,

haverá brisa de verão,

jardins da infância

e poesia.

Sempre haverá

um derradeiro olhar

de beleza

para elevar a mente.

Renascer lentamente,

leve[mente]

Thiago Cardoso Sepriano

ThiagoCardosoSepriano
Enviado por ThiagoCardosoSepriano em 18/12/2011
Reeditado em 12/10/2012
Código do texto: T3394417
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