Águas quem sabe Claras

Ouvia, ali mesmo

Da janela do meu quarto

O martelo, a inchada

De segunda a sábado

E o assobio do pedreiro

Que a cada cantarolada,

Assentava mais um tijolo.

Ao lado, a panela no fogão apitava

O aspirador, o pó sugava

Do menino, era ela quem cuidava

A empregada deixava tudo arrumadinho.

E era quando o relógio apontava às 5 horas

E as paradas se viam lotadas,

Que a cidade então se entristecia

Por saber que estava ali, mais um fim de dia

Ela então quietinha aguardava o próximo raiar do sol

Para ter de novo aquelas orquestras encantadoras

Que mantém acordada essa cidade dormitório!!!

Rafa Carpaneda