ESTRANHA FLOR

ESTRANHA FLOR

De pétalas macias

De cor vibrante

De perfume inebriante.

Aquele jardim chamava a atenção

Pela estranha flor

Que timidamente

Oferecia seu brilho

Aos olhos curiosos.

Tinha um sentimento aberto

Que se fazia receptiva.

Um charme nem sempre percebido,

Emprestava a todos

O carinho cultivado.

Estranha flor

Que aceitava os cuidados do jardineiro

Que adubava com terras especiais

O modo como se apresentava.

Algo a impedia de se misturar,

De seguir a ordem natural

De todas as flores.

Talvez fosse desenvolvida

Em laboratórios,

Ou tivesse recebido enxerto

Que a seiva vital

Não reconheceu da mesma espécie.

A brisa que a tocava

Tinha sons diferentes.

Uma musica que nem todos

Compreendia os acordes.

Classificada e reconhecida

Recebia a identificação

Que a deixava catalogada.

Nem sempre se sentia uma flor,

Mas se reconhecia como uma mulher,

Que expressava no olhar

Uma enigmática carência,

Daquelas que quando a gente olha,

Sente, mas fica impotente

Diante da imensidão

Do oceano que a transborda.

Será estranho o jardim,

Ou a mutação?

Ou então não estamos sabendo

Como tratar um espécime modificado.

pele serena, 19/12/2011

peleserena
Enviado por peleserena em 24/12/2011
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