O Decreto de Atempus e a Civilização Uróboro

E o tempo...

Se me perguntarem, digo que não existe

Decreto a morte do Tempo

Das ampulhetas e do Rolex

Do relógio d’água e de xadrez

De azeite e digital

Do atômico ao quartzo ou de sol

Horológios em decadência!

Nunca mais pêndulos a contar-me os dias

Basta de ponteiros a marca-me a existência

Tempo que perco tanto

E não tenho nunca!

É extinto todo calendário

Big Ben maldito que nos aprisiona a vida

Em elegantes agendas de couro

Voraz estômago de cupim

Abaixo o império de Cronus !

Uróboros que somos

Nunca nascemos nunca morreremos

Herdeiros de Kairos ,aguardamos Aevum

Exonerado está o Ontem, o Amanhã e o Depois

Aposentados estão as Horas, Minutos e Segundos

Suplantados pela Revolução de Atempus

O universo para Ser não precisou explodir

Porque desde ali já existia, ó decrépito Big Bang!

E em estabelecimento do Artigo primeiro e único:

-Tudo e todos são infinitos!

E se infinitos são, começo e fim se perdem

Porque tudo que termina, um dia foi começo

E tudo que se inicia, com o fim aninha-se

Pois se sabe que não é o tropeço que principia a queda!

Poesia premiada no 1° Prêmio de Poesia Alt Fest! ( Olinda-Pernambuco)

Karline Batista
Enviado por Karline Batista em 26/12/2011
Código do texto: T3406941
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