Em face do amor, oremos

Se me dissesses que o amor é uma luz de fogo

e sem trégua, ó Deus, me aprisionasses nesse incêndio,

e sem descanso me tomasses de assalto em sua brasa

e sem piedade me alisasse escaldante afago

e sem saída me acudissem as lágrimas

e sem alívio me ferissem as dores

Ainda assim perenemente amaria minha alma

e se ergueria ao seu encontro com sorrisos

e angústias.

Se me acolhesses em teu seio

e de aconchegos me fartasses,

se me banhasses as feridas com teu ungüento

se me tomasses nos braços o corpo desfalecido

se me ofertasses do pão da tua casa

se me oferecesses o ombro para o pranto

e o sorriso para a estrada

Ainda assim perenemente sofreria minha alma.

Onde não cabe a minha pequenez

e onde se acendem as minhas modéstias

e onde se revelam as mazelas,

ainda assim atrevidamente ama minha alma

e sonha por um dia em que um sorriso

ao meu alcance disponha

o fruto de meu sonho peregrino

o amor de volta

doce e total

livre e audacioso.

claudia lidroneta
Enviado por claudia lidroneta em 02/01/2012
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