MISÉRIA NA ALMA

A selva densa que mora em meu ser

Oceano largo que me tolda a vista

São as algemas de um desgraçado viver

Morrendo em versos sem ter uma conquista

Ao mesmo tempo que me foi preciso

Vender meu pranto pra comprar a choça

Eu vi palácios a abrigar os risos

Do rico louco que de mim não gosta

O mesmo sol que me arranca as faces

As bagatelas de um suor imundo

Serve aos nobres nas manhãs suaves

Dourando-lhe o corpo nas praias do mundo

A mesma chuva que forma cascatas

Derramando brilho em seu jardim de inverno

Em minha choça é goteira farta

Inundando o leito deste meu inferno

Não tenho luz que me enalteça a glória

Sou alquebrado anjo sem destino

Quando eu morrer não deixarei estória

Pois nem de Deus eu recebi um mimo...!

GILMA LAISA
Enviado por GILMA LAISA em 03/01/2012
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