Por amor, por perdição

Amo-te...

Como um barco que incendeia oceanos

Com as velas de ígneos desenganos

E apaga os vestígios da passagem

Dos ventos que lhe ferem a viagem...

Amo tanto...

Que não vejo o sentido das tormentas

Nem prevejo as marés que violentas

E me entrego ao suplício do naufrágio

Em nota descendente de um adágio.

Amo assim...

Como quem se perde ao largo e não quer

Crer nos céus, no universo ou saber

De excelsos e ínclitos astrolábios,

Oferecendo à dor os próprios lábios.

Amo, enfim…

E o beijo que te dou, cego e sem norte

É rota que me traça a própria sorte,

É o porto onde ancora o meu destino…

Será, no fim do (a)mar, mortal desígnio!

Teresa Teixeira
Enviado por Teresa Teixeira em 12/01/2012
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