Farah Munah
No Oriente do caminho encontrei a força do ventre
nas entranhas das tuas passagens secretas.
O teu Oriente me orienta nas andanças das areias
e nos teus olhos índicos mouros.
Oriente meu oriente longilíneo e curvilínio
entre oásis e mirantes.
Os minaretes esperam os teus lamentos.
Aguarda no tapete em direção aos templos babilônicos.
Canta teus sussurros entre línguas e pinturas com kajal,
toca o Derbak e exala narguilé nas veias.
Derrama teu sândalo e cobre-te de açafrão da terra.
Entre tendas e esfinges mostra-me oriente
qual teu mistério, qual teu segredo não revelado.
Qual desejo queres de meu invólucro.
Cheiro persa entre esfihas com canela e pimenta.
Homus com cominho e especiarias dos sonhos.
Os véus com moedas esperam o balançar dos teus quadris.
O ventre pulsa ligeiro em oscilações de amor.
Oriente meu oriente a não ter mais saudade.
Oriente a dar a luz a vinda do novo.
Das especiarias exóticas oriundas do teu cerne.
O teu céu oriente que das estrelas emana luz.
Oriente meu Oriente
que por acaso nasci no Ocidente
Em um deslize do ocaso e da concepção.
Oriente a encontrar meu camelo
e seguir em frente para teu deserto infinito.
Giovana Segala
13/01/2012