PARADOXO
Nos portais da cidade vazia
Entram as águas, entram os peixes.
A terra outrora seca agora é represa.
Pessoas miúdas migram aos feixes!
Entram as águas entram os peixes
E o sertanejo de alma ferida,
Deixa a cidade, mortos, e a igreja.
Gente miúda parte partida!
E o sertanejo de alma ferida,
Retirante da gleba forçado,
Ponteia a procissão dos desvalidos,
Sem bandeira, sem eira, marcado!
José Alberto Lopes®