[esqueço-me do dia]
Apresentando O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”
das partidas e das estações do ano
...
por vezes esqueço-me do dia
quando a noite termina,
ficando alguns pavios de vela
queimando,
tremem as cores então,
e as sombras fogem,
e escondem-se.
…
Fico-me no baloiçar da maré,
no pensar distante das silhuetas
deitadas uma noite a meu lado,
sem face,
…
brilham garrafas vazias pelo convés,
caleidoscópios coloridos,
mágicos das cores,
quais supernovas envoltas
por cristais azulados.
…
Por vezes esqueço-me do dia,
onde as palavras têm cores,
como as searas, como algum
arco-íris sem forma,
e o vento separa-as,
transformando-as em vida,
…
quando a noite termina.
…
Quebram-se os circulos, as visões,
destroe-se o além do mar
das latitudes,
repartem-se as longitudes em tempo,
do tempo que se quer suspenso,
[porque não parado?],
…
envelhece o mar, esquecem-se
saudades,
e a noite,
jamais amanhece.
…
Conta-me dos brilhos da noite,
enquanto me esqueço do dia.