NÃO SEI (poema), um POETRIX, POESIA e TROVA

NÃO SEI

Lucidez de poeta é lou_cura.

Frito estrelas, sim.

Mas com ternura.

Costuro a boca da noite

com fios de lua e de prata

que o silêncio é de ouro.

E a solidão, tesouro.

Mas perdi o mapa.

E tenho que ler os caminhos

de ouvido.

Onde as trilhas de volta?

Desses ermos, sei apenas

as vazantes minguadas de ida...

Despetalar-se em poemas

é o que faz tecer a vida.

Efêmera semente de borboleta,

às vezes colorida de escárnio,

às vezes timbrada de riso.

“E agora, o que é que eu faço?” – pergunta a rosa.

Não sei, pois o verbo é impreciso.

Calço sandálias empoeiradas de horizonte.

E atravesso pontes invisíveis.

Loucura de poeta

é lágrima adoçando o sorriso.

(para o belíssimo poema POR QUÊ?, de Rose Stteffen)

********************************

(um poetrix)

DE GRÃO EM GRÃO

Aos papos da poesia

basta um grão de verso

a cada dia.

********************************

POESIA

Borboleta

fugidia...

Amanhece

quando

é noite

e anoitece

quando

é dia...

tem um

riso de

tristeza

e um choro

de alegria.

(para poema de HLUNA)

**************************

TROVA

Como pão, devoro torta,

lambo o prato e a panela.

E até mastigo porta,

se tiver cravo e canela.

(para trova de HLUNA, sobre DIETA de WRAMOSS)

*****************************

José de Castro
Enviado por José de Castro em 04/02/2012
Reeditado em 05/02/2012
Código do texto: T3480127
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.