Simples noite

Noite, uma simples noite.

A chuva abrandou, não é mais uma tormenta.

Ouve-se claramente as gotas e o vento,

Antes não era possível discernir um do outro

Tão intrínsecos como um só,

Esbravejando o entorno da casa

Esmurrando as paredes e o telhado.

Os raios, sempre deixavam a sombra de sua presença,

Ou minha mente assim fazia parecer, não sei ao certo.

E ao analisar a calma do momento,

Muito se parece a armadilha de um predador

Que cansado da perseguição falha

Agora aguarda calmamente um deslize de sua presa,

Onde a presa sou eu, preso em minha morada

Onde me mantenho cativo, em meu covil.

E à noite me espia, esguia tormenta

Ansiando pela chegada de meu sono

Que me fará desatento e passivo.

E onde cada pequeno rangido de madeira,

Estalar de objeto ou ruído da ventania

Será uma análise minuciosa e precisa

De meu algoz procurando uma entrada

Sem deixar-me nenhuma saída.

Aguarde calmamente, noite ríspida,

Não tenho pressa de dormir,

Espero que seu cansaço ou tédio venha logo,

Que algo lhe faça desistir de mim

E saia em busca de outra vítima.

Esqueça-se de mim, até que eu me esqueça de você,

Terá todas as noites vindouras para me caçar

E por todas as que eu puder, vou resistir.

Wyllian Neo Dalla Valle
Enviado por Wyllian Neo Dalla Valle em 11/02/2012
Código do texto: T3493904
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