Nocturno

Escrevo.

Por prazer de aglutinar sons

Ou por fuga

Ao sentido

Dolorosamente acústico das palavras?

O papel solitário

Branco como uma pomba

Olha-me

Como se as nossas vidas sem eco

Fosse o único destino.

Fantasmagórica

A noite

Uiva sons de flauta

A afirmar a tua ausência.

Manuel C. Amor

Janeiro 2007