Papéis Trocados

Passeio de carro

em domingo noturno.

Céu estrelado.

Via tranquila.

Passado, Presente, Futuro

em pauta.

Pai e Filho,

únicos passageiros

daquela via,

naquele carro,

do tempo em discussão.

Via Gloriosa.

A conversa não era linear,

fazia curvas como

curva era a via.

Ora o Pai era o menino,

ora o Filho era o homem.

Papéis invertidos.

Conselhos dados:

do Pai para o filho,

do Filho para o pai.

Personagens atuando

em um peça real.

Espetáculo da Vida.

Quando o carro trepidava,

os personagens se desencarnavam

e os papéis eram trocados.

O Pai se tornava Filho

e o Filho se tornava o Pai.

Era entendido assim os anseios

e os temores de duas gerações

que seguiam por aquele

passeio de carro.

Via da provação

na grande estrada dolorosa.

Novo tropeção.

O Pai voltava ser pai

e o Filho, filho.

...e continuava a atuação

de personagens e seus atores,

gozos e dores.

L.L. Bcena, 21/08/2000

POEMA 723 – CADERNO DOS ANJOS.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 25/02/2012
Reeditado em 15/12/2017
Código do texto: T3519943
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