Desarmada

Se destaco de minha boca

meus dentes, há tanto bambos

e os ponho às palmas de meus adversários

feroz não luto

pelos espólios

de míseros latifúndios

Se às vezes abro a porta

displicente e tola, e acomodo

na cama, confortáveis, os meus contrários

já não temo

sei que sendo sólida

nada será usurpado

Na boca, a lacuna vazada

não mais me envergonha

portas abertas

vampira às avessas

sem dentes

mamo melhor as tetas da verdade

Norma de Souza Lopes