PAPÉIS DE SEDA AO VENTO
A noite se pronuncia,
ensaia um suspiro, ar de enfastio,
encapela as águas do rio.
O súbito fustigo da borrasca
embaça os olhos do menino,
transfigura a perspectiva,
arrasta pipa encharcada.
Deitados na margem barrenta
vão-se sonhos acriançados,
a espera de sol e vento.
No desmaio do encanto,
não mais balançam papéis de seda,
não mais ecoam notas do canto.
Sem linha enrolada, sem fascínio,
vão-se pipas sem rabiola
sem carretel, sem dono menino.
Vão-se soltas, perdidas...
na companhia solitária e distante
da linha do horizonte.
A noite se pronuncia,
ensaia um suspiro, ar de enfastio,
encapela as águas do rio.
O súbito fustigo da borrasca
embaça os olhos do menino,
transfigura a perspectiva,
arrasta pipa encharcada.
Deitados na margem barrenta
vão-se sonhos acriançados,
a espera de sol e vento.
No desmaio do encanto,
não mais balançam papéis de seda,
não mais ecoam notas do canto.
Sem linha enrolada, sem fascínio,
vão-se pipas sem rabiola
sem carretel, sem dono menino.
Vão-se soltas, perdidas...
na companhia solitária e distante
da linha do horizonte.