[nos reflexos do sorriso]
Apresentando O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”
Lydia the Tattooed Lady
Cantam-me as manhãs de luz,
iluminadas,
e nos reflexos do sorriso, teu,
desapareceram as ansiedades, minhas,
…
mudam-se os ventos, molda-se
o barro, e da água constroem-se
castelos de núvens que ficam
como os de areia, aguardando.
…
Aguardo-me no tempo da viagem,
que o tempo me esqueça,
que março termine,
que o mar acalme,
e nestes tempos que o tempo
tenta desfazer,
brotam corais nas lagoas paradas,
trotam cavalos loucos pelos
campos de linho,e o sol
destapa-se da noite em aurora.
…
Posso não compreender as faces
do mar, nem as alturas das ondas,
nem o cantar da baleia azul,
posso,
…
do tempo que me escasseia olho-o,
sem temor, sem nostalgia,
que o raio seja breve,
e que da terra sem margens
ou barreiras, sossegue a flor de lótus.
…
No sorriso, só teu,
ficou o olhar, só meu,
e,
no tempo de todo o sempre tempo,
se encurtem as viagens,
que regressem as andorinhas,
…
por fim.
[Afinal, a tua primavera, está tão tatuada em mim],
[...]
final: nada mais me interessa,
resta-me o mar, e o som de um violino,
que o tempo então, me esqueça.