Ei, depressa!
Minha alma é o meu subúrbio!
Meus ossos estalam pela chegada do tempo.
Mas, e daí?
Vamos valsar em homenagem às células que se degeneram,
vamos celebrar toda esta nossa inexperiência e finitude!

Ei, depressa!
Antes que a música acabe!
Venha, me faça morar em seus passos,
no calor que exala do seu corpo.
Ah, seus olhos me fitam com
extrema precisão!

Ei, depressa!
o chão está nu para escrevermos a nossa história!
Pratique o seu tato em minhas formas,
quero caber em seu abraço,
fazer parte da rua enorme em seu sorriso,
nos criaremos nesse ritmo,
estrangeiros desaprendendo o mundo!
                                                        
(Lady)


                                     ***      ***
 
          
Comentário do Jô:
Eis, num poema bem realizado, a valsa grandiosa das palavras...




Enviado por Jô do Recanto das Letras em 08/03/2012
Reeditado em 04/11/2012
Código do texto: T3543345
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