O Labor da Semana

A semana inicia-se na segunda-feira.

Como todo início,

é doloroso o recomeçar

depois de coçar

a preguiça do ficar à toa

de ambos dias antecedentes.

Atividades profissionais.

Na terça-feira morre-se de trabalhar.

Quer-se que termine a semana já.

Na quarta-feira,

cansado, mas aliviado exclama-se:

quase final de semana, que coisa boa!

Quinta-feira sinaliza a possibilidade do descansar.

Permite-se até um cochilo à tarde,

se houver oportunidade da sesta.

Mas ainda é corrida semana.

Sexta-feira,

é dia de trabalho... para alguns.

Para outros já é descanso garantido.

Descaso.

É um dia exclusivamente para privilegiados.

Paga-se contas!

Devolve-se dinheiro por aquilo que adquiriu em mercadoria

(compra o desgaste para se pagar os produtos teus e dos outros).

Mesmo assim sorri-se.

É de fato fim-de-semana!

Sábado.

Sábado é sábado.

Ah!

Almoço no restaurante.

Restaurar a mente e o corpo.

Verdadeira sesta.

Recriação.

Nem parece que pertence à semana dos explorados.

Domingo... domingo é triste.

Domingo da Exaustão.

Se pudesse pularia de sábado para segunda-feira.

Tudo de ruim acontece no domingo.

O bicho, a bruxa e o monstro

estão trabalhando neste dia.

É um dia vazio de coisa útil.

É cheio de tédio.

É o LIMBO.

É preferível o calor do Inferno Laborioso!

L.L. Bcena, 03/09/2000.

POEMA 754 – CADERNO DOS ANJOS.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 10/03/2012
Código do texto: T3546926
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