A verdade não tem talvez

Não saia pra batalha com sua lâmina cega

Por que a do seu oponente, com certeza não vai estar

Então, nunca é tarde pra afiar sua espada e reforçar seu escudo

Ou se está certo e preparado pro que vem pela frente

Ou nem saia de casa. É melhor nem acordar

Meu caro! Se tem um pingo de amor por você

É bom começar a ver os dias

Como se estivesse num campeonato de xadrez

Uma jogada pra cada pensamento

Uma partida definida pra cada atitude

Por que é assim que “eles” vêem

Então acorda e proteja seu rei

Mas se não quiser, nem se aborreça

Espere e tenha fé num possível talvez

Siga calmamente a incerteza da culpa e do medo

E nem sinta, demente, uma forte correnteza

Sugar sua vida com volúpia e avidez

Enquanto a areia do seu tempo escorre

A largos vãos por entre os dedos

Pare de alimentar ódio pelo que liberta

E amor pelo que escraviza

Tenha mais amor por sua Paz

E não a troque por migalhas

Acha que sabe o que é ser livre?

Então me diz se você:

Bebe o que quer ou que dizem pra beber?

Assiste o que quer ou que dizem pra assistir?

Come o que quer ou que dizem pra comer?

Ouve o que quer ou que dizem pra ouvir?

E o que você lê, informa ou lhe deixa enformado?

Se atem ao que realmente lhe faz bem,

ou ao que lhe faz sentir “enturmado”?

Constrói ou compra pronto?

Vai atrás do melhor ou do que está em liquidação?

Ama o que deve ser amado?

Respeita o que merece respeito?

Vai onde quer ou onde dizem pra ir?

É o que é ou que dizem pra ser?

Vive como quer ou como dizem pra morrer?

Tome suas rédeas ou aguarde feliz

Como pacata perdiz

Esperançoso por ser

A próxima bola da vez

Já se perguntou por que, nunca, ninguém lhe disse

Pra lutar pela vida como se estivesse numa guerra?

Guerra? Não! Faça Amor!!!

Mas use camisinha!!!

Então ta!!!

Seja o boizinho que esperam de você

Rumine sua grama verdinha

E durma em suas próprias fezes

Ou acorde a sua mais terrível besta

E arranque das mãos do seu “Senhor”

A parte que lhe cabe desta festa

Levanta e vai tomar o que é seu

Tanto a conquista que lhe foi tirada

Quanto o que nunca conheceu

Por que se deitou numa cama arrumada

Se não entendeu nada do que eu disse

Talvez eu esteja mesmo falando besteira

Ou será que é você que dormiu na imundice

E acordou tão feliz que nem viu quando a atiradeira

Disparou e acertou seu nariz

E ainda saiu agradecendo por sentir-se parte da brincadeira