Páginas em branco
Nestas páginas em branco
Dos livros de nossas vidas
Eu me jogo, me debruço
Quando não há no tempo encanto,
Nem tempo de sentir saudade
Do carrossel de insanidade
No pretérito imperfeito
Que opa! Já se foi...
Nestes dias que se aprochegam
Com mudanças descabidas
O que há de se escrever?
Que histórias serão construídas?
O futuro como suposição
É lindo, sereno e leve
É até passível de sonhos
Mas é tão misterioso
Que me desregula o sono
E faz-me tremer a espinha!
Ainda mais quando
Têm-se amores em jogo
Ainda mais quando
Estas dúvidas alucinógenas
Rodeiam-nos
Tocam-nos
Causam constrangimentos
É aquela expectativa...
Se sim! Se não!
Se vai! Se fica!
Se bem me quer!
Se mal me quer!
Arrasta-nos ou deixa-nos...
Ah! esse futuro de páginas em branco
Não tem corretivo
Nem borracha
Se rasurou
Ta rasurado
Se errou
Permanece errado...
Mas convenhamos
Pelo menos
É tudo natural!