CLAUSTROFOBIA

CLAUSTROFOBIA

(reeditando)

Preso nos interiores de tantos eus-calabouços,

ouço vozes que o passado tingiu de roucas.

Vou suando frio, enquanto lembro de singulares momentos,

e vejo o filme que roda rápido, como se fosse a última vez.

Esse pânico de não poder fugir, respirar o ar puro de brisas azuis,

e pescar em escrespadas águas, me torna cinza, predador e seco.

Essas portas imaginárias sem controle remoto e sem trancas

que a poesia constrói, vivem ainda neste labirinto chamado vida.

Não bastasse a realidade, cheia de ilusões, enfrento essa fobia

de clausura sem voto nessa lassidão de horas.

Essa dor reparadora, quase alento, não dói, nem redime.

Não que não goste e não que não queira.

Apreciaria, sim, ter em mãos as chaves.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 14/03/2012
Código do texto: T3554886
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