Rosas cálidas

Olhou-a e viu-se preso pelo olhar

Que beleza era aquela, que cheiro

Que delicadeza, quis tocar

Tocou...

Foi de leve, temendo machucar

Espessura de pluma, no toque, cálida

Que perfeição, quis consigo levar

Arrancou-a...

Sentiu-a diferente, mas parecia igual

Ela se recusava a encará-lo, ares de decepcionada

Não tinha mais graça admirá-la, definhava

Abandonou-a...

Rosa idiota, não devia ter-lhe prendido o olhar

Que serventia lhe teria? Tão perfeita, mas sem vida

Culpa dela! Quem mandou provocar?

Foi embora...

Deixou-a no chão, desfalecendo,

E a rosa, que antes, cheia de vida em sua roseira, achava-se presa

Agora, morrendo, entendeu: não era prisão, era liberdade

Pena ser tarde demais.

Jordana Sousa
Enviado por Jordana Sousa em 17/03/2012
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