Rosas cálidas
Olhou-a e viu-se preso pelo olhar
Que beleza era aquela, que cheiro
Que delicadeza, quis tocar
Tocou...
Foi de leve, temendo machucar
Espessura de pluma, no toque, cálida
Que perfeição, quis consigo levar
Arrancou-a...
Sentiu-a diferente, mas parecia igual
Ela se recusava a encará-lo, ares de decepcionada
Não tinha mais graça admirá-la, definhava
Abandonou-a...
Rosa idiota, não devia ter-lhe prendido o olhar
Que serventia lhe teria? Tão perfeita, mas sem vida
Culpa dela! Quem mandou provocar?
Foi embora...
Deixou-a no chão, desfalecendo,
E a rosa, que antes, cheia de vida em sua roseira, achava-se presa
Agora, morrendo, entendeu: não era prisão, era liberdade
Pena ser tarde demais.