libertação
Libertação
Meu caro Predador,
Envio esta carta na forma de poema,
Na tentativa desesperada de tirar você da minha vida.
Esgotei todas as chances de nos separarmos,
Com brigas, discussões, contendas e pelejas.
Sou sem-vergonha,
E sempre acho que,
você não fez de propósito,
Ou que fui exagerada em meu discurso,
E irônica em minhas palavras.
Por isso, encerro aqui,
Este lamentável episódio: nosso encontro.
Lamento, ainda, o dia,
Em que deixei você ouvir minha literatura
E se apaixonar por minha poesia.
Fui covarde, agi de má fé;
Peguei seu ponto fraco.
Infelizmente, naquela fatídica noite,
Fiz você refém de meus versos.
Tarde demais, agora tudo é resto,
Vazio, solidão, desesperança,
Tristeza, desespero e dor.
Não quero mais teu sexo, não e não!
Não quero mais esse esperma etílico,
Que me embriaga todas as noites!
Não vou mais impregnar,
as paredes do meu quarto com esse cheiro de gozo!
Não vou mais entregar,
Minha vagina ao seu falo desesperado,
Por prazer, mais e mais e mais!
Não vou mais ser cúmplice
De sua compulsão satírica!
Não vou mais permitir,
Que você adentre essa porta,
Como um ladrão selvagem e,
Roube todas as minhas noites,
Tirando todo o meu vigor.
Acabou!
Você não terá mais minha energia,
Seu vampiro impiedoso!
Não vou mais juntar,
Meu sangue ao teu semem,
Em noites de lua cheia,
Para que espíritos venham se alimentar!
É o enterro e o sacramento do fim!
Devolva o que você levou de mim:
Minha energia, meus anos, meu viço!
Não podemos, jamais, sermos um,
Como nos aconselharam, as Escrituras Sagradas.
Somos lados opostos da mesma moeda,
Frente e verso do papel,
Estações diferentes do ano.
Nossa fusão não é possível!
Somos a combinação imperfeita,
De gasolina e fogo,
Uma combustão explosiva.
Portanto, por mais prazerosa,
Não há chama que não se apague.
Chega desse amontoado de explosão!
Chega de nós dois!
Voltemos a nossa forma anterior!
E um apelo faço aos Deuses:
Que a força da Lua,
Nos separe no tempo e espaço,
De maneira tão intensa,
Como fez, no dia em que nos uniu!
Nina
11/09/06