SINTÁTICO

Quando caio nesses versos tristes

Reflito.

Uma mulher certa vez me disse:

Que um poeta escreve

Para se libertar de seus próprios monstros,

Outra, falou-me:

Que não sou um bom poeta

Pergunto o que ela faz da vida?

Que nada...

Cada um cuida de si.

Mais uma veio me contar

Da melancolia lida em alguns dos meus trechos,

Ora, ora

Essa poesia parece repetida

Mas não me incomoda

O fato de escrever com certa métrica

Não quer dizer ser um poema,

O fato de escrever com rima

Não faz de mim nenhum poeta,

O fato de filosofar algumas linhas

Não me torna um filósofo-poeta,

Embora nada disso me construa aos olhos alheios,

Não podem me arrancar o coração

Tampouco minha alma inquieta.

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Extraído do livro: SURTO POLIGRÂMICO, disponível para download na seção e-livros.