Entre os movimentos

Desloco-me do eixo central

perco o fio da caminhada

tropeço e desvio o “pé-de-lebre”

da carreira do trem,

olho o horizonte a esmo

e vejo surgir o nada

Ah, eu... duas,

A outra, aprisionada no porão do tempo,

no barraco, hoje soterrado

por pés silentes que subiram e desceram aquelas escadas

e que pisaram aquelas terras ,

cavo, incansavelmente,

arranho calendários

levanto-me no outro fluxo

extenuada de quedas infinitas

no túnel sem luz,

só um fiapo me resta, apenas,

agarrado entre os movimentos.

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 25/01/2007
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