Asneirada existencialista

Eis-me na vida,

projetando incessantemente

no espaço e no tempo

para além da minha sombra adiante,

buscando incansavelmente o devir

sem jamais alcançá-lo.

Sigo estrangeiro sem causa, sem objetivo,

sem sofrimento, sem passado, sem futuro,

sem direção, sabendo não saber,

transcendendo existencialmente na coexistência,

transbordantemente livre,

encarcerado nos grilhões da liberdade,

no que me é possível ser livre.

A minha morte extinguirá o ciclo da minha trajetória

enquanto existência e consciência de ser eu.

Ou não?

Wagner de Oliveira
Enviado por Wagner de Oliveira em 12/04/2012
Código do texto: T3608671