Castelo de Areia

O pobre menino vivia na praia

Construindo um castelo de areia

Plantado como uma planta na borda do mar

De cabeça avoada, pensamento longe

Na casa em que sonhava morar

Como é de sua natureza

A maré costumeiramente subia

Suas ondas brancas espulmosas

Arrastavam-se pela praia

E atingiam o castelo de areia

Que no movimento das águas se dissolvia

Mas o garoto não se dava por vencido

Não gostava de desistir

Ele juntava tanta areia quanto podia

Para um novo e maior castelo construir

A maré novamente voltava sorrateira

Lambendo com ondas grandes e pequenas

A beira da praia com gosto de areia

As águas do mar voltavam com força

Galopando com suas formas ondulantes

Atingiam o castelo em cheio mais uma vez

E ele ruía assim como antes

Tomado de empenho e determinação

O menino dava-se o trabalho

De construir mais um castelo

Imaginando a bela casa em que queria morar

Dessa vez queria um grande

Quanto maior fosse

Menos as águas o poderiam derrubar

Para o seu castelo maior

Na praia, para juntar areia

Mais e mais ele cavava

De repente atinge algo duro

Num baú um antigo tesouro

Escondido ali estava

Era tanto ouro, prata e pérolas

Que o menino nem podia acreditar

E pensar que tudo aquilo estava ali

Tão pertinho do seu lar

O tempo passou, o menino cresceu

Hoje, um magnífico palácio se ergue na praia

Com tantas riquezas e belezas quanto se queira

Quem olha maravilhado

Nem imagina que tudo aquilo começou

Com um simples castelo de areia.

Jorge Aguiar
Enviado por Jorge Aguiar em 14/04/2012
Código do texto: T3611976
Classificação de conteúdo: seguro