Meiga ternura

Ela aparece feito flor da vida,

vem ao meu encontro estendendo as mãos

chorosa de alegria dissolve em afago

quer um abraço, inteira vontade no coração.

Ela escapa do aconchego, resolve partir,

recusa o amor de bom grado retirando as mãos

vacilante em certeza desfaz o abraço

retrai os cabelos e se afasta sem dizer não.

Ela, meiga ternura, já distancia do alcance,

corro os olhos na pintura, em desagrado

finjo relutante não querer seus lábios,

resignado observo os fugidios passos delicados.

Ela, por um instante para repensa, tende voltar,

retorna em minha direção apressada aflita,

vem agora desabalada solta indecisa no olhar.

Abro meus braços, a recebo mesmo que outra vez desista.

Wagner de Oliveira
Enviado por Wagner de Oliveira em 15/04/2012
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