Reflexões.

Eu não esqueci de quem eu era,

não deixei para trás a quem eu ansiava ser.

Eu não deixei de sonhar com o meu querer...

Mas, entendam, a vida não espera.

E a idade se marca nas linhas do meu rosto;

e o sonho que eu tenho agora me vem composto

da necessidade que tenho de me encontrar,

dos alicerces que eu preciso arrumar

para enfim chegar aonde quero.

Preciso saber quem eu realmente sou agora;

para não desistir de vez da minha vida,

para não me julgar derrotada e perdida,

para que meus sonhos, cansados, caiam fora

e deixem-me dependente da superficialidade

que permeia a nossa estranha realidade...

Preciso acompanhar, para poder cumprir,

em breve, os sonhos que me fazem seguir

e que me levarão aonde realmente quero.

Alguns acham que não dou valor ao viver;

alguns, que eu penso apenas na morte

(como se morrer fosse algum tipo de sorte...);

outros prejulgam que eu vivo para esquecer

os amores perdidos, levados pelo tempo...

Apenas vivo, tomada pelo contratempo

de não ser tudo o que eu posso ansiar.

Mas eu luto, ainda que possa incomodar

aos que eu deem valor de verdade...

Não, que eu era nunca se apagou

da mulher que vos aparece neste momento.

É pena que ninguém tenha o discernimento

de perceber que o dínamo nunca se esgotou.

A idade me obriga a apressar os meus passos,

mas os sonhos são as réguas e compassos

que eu decidi levar para a realidade...

Thaís Soledade
Enviado por Thaís Soledade em 16/04/2012
Código do texto: T3615892
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