Soneto V

O coração já dissipa o hesitoso

Jargão, que a mocidade repudia;

Bem sabes Tu, Meu Deus, o que eu sentia

Quando à mercê do crime deleitoso.

Vejo-me, Senhor, tão desventuroso

Que da vida o sentido perderia;

Se delinqui, Meu Deus, dá-me a Anistia

Que desvanece o ser pecaminoso.

Repudiei da vida o alento insano,

Renegando do mundo o vão agrado

A que se expõe o poviléu humano.

Tudo por Teu Comprazo, ó Pai Sagrado;

Dá-me de Teu Afã tão Soberano

O Amor Maior, Teu Amor Abençoado!

Daniel de Mattos
Enviado por Daniel de Mattos em 19/04/2012
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