E...só passou

Certo dia,

Um velho passou por ai.

Não fez nem desfez.

Só passou.

Não amou, não lutou.

Só vivia.

Um nó na garganta,

De gravata branca,

Ao paletó.

Só.

Permaneceu.

Morreu com moeda pequena

No beiço e outra no lenço,

Dizendo adeus.

Não era ateu.

Judeu de corpo

E alma de morto,

Se definiu.