Nascimento poético

Eis que outrora me fiz feto

Da minha mãe preenchi o vazio

Não sei se fiz o que era certo

Mas causei algum alívio

A dor esperou o horário correto

De parto me fiz ser vivo

Do útero fui aos bracos

Recebi bastante amor e carinho

Com tempo fiquei esperto

Até falei alguns monossílabos

Caminhei trocando os passos

Sorri pra desconhecidos

O que um dia foi mistério

Agora era entendido

Conheci novos versos

E um amor tranquilo

Descobri o poder escasso

Que a pouco foi esquecido

Expressei novas ideias

Com rimas sem sentido

Vivi fantasia plena

Num mundo real desconhecido

Consegui erguer algumas bandeiras

Mesmo entre mortos e feridos

Descobri por esta forma

O melhor de todos os curativos

Por boca a fora

O que por dentro era sentido