PRISIONEIRA
PRISIONEIRA
Minha demência é ser lúcida
É pensar no que não sou
Pensamentos tão profundos
Sobre a vida superficial.
Acreditando nas mentiras
Desta mentira social
Vou passando pela vida
De maneira marginal.
Sonho sempre acordada
Com um mundo transformado
De paz, amor e um povo saciado.
Tenho fome de fraternidade
Mas nego ao pedinte uns míseros trocados
Sempre que me estende a mão.
De modo tão frígido rejeito a fome
Meu almoço está pronto... Delícias!
São as pegadas que me perseguem
Mesmo que eu ande pra trás
Vão a mim, me acompanham...
Não me dão a liberdade!
Carmen Rubira – 2005.