Carmem Teresa Elias e Walter de Arruda

DESCRIAÇÃO
  Poema estudo sobre a fundação da cidade de São Vicente



Detalhe da tela Fundação de São Vicente,
de Benedito Calixto





Aqueles anos
Iniciais deste século
Foram proveitosos e, hoje,
22 de janeiro de 1502 chegamos
A estas terras e esta ilha linda de Goahyó
A qual chamaremos " Ilha de S. Vicente":
Pensa Mem de Sá, cristão fervoroso...



...perto de onde ocorriam os desembarques...
Imagem:
reprodução de tela de Benedito Calixto,

Após trinta anos, eis que vem
Martim Afonso, mesmo mês e dia,
Com missões de iniciar com honras e glórias

A fundação. Nesta ilha, faz-se o primeiro
Povoado... Nome de São Vicente
Seu Santo Padroeiro...
Assim o batizamos
Nesta ilha linda
Em seu dia...

A vila vive
E prospera
Inocente e calma

Espera e destino: história.
Constroem-se igrejas
Casario é assentado e comércio
Sinaliza muita atividade
A presença portuguesa
É sentida e observada
De longe e perto
Por países que, em paz,
Aguardam sinais desistentes...
E inconformes espanhóis rompem
Tréguas ...unem-se a franceses e o sangue
É derramado. Ao fim os lusos vencem
E dali e, desde a foz do grande rio,
Até o Sul é febril esse ardor
Da conquista afirmada
Por todos os lados
Fortes são erguidos
Nota-se a segurança
E a Paz...

 Exceto, talvez,
Um lado, um detalhe
Impensado, inesperado
Que rumina às escondidas:



Pelourinho recuperado das águas em 1543.



O mar azul
O Secreto mar,
Esse repentino mar
De audácias em fúrias
Silencioso mar de ressacas, que corrói

Fundações... Sob a cidade nova, ela, São Vicente
Primitiva, fundação primeira sobre as ilhas arenosas
É devorada, devastada, engolida, na impiedosa extravagância
Das águas... Desliza , como areia, sobre si mesma...
E se submerge nas águas
Que se levantam
Assustadas...
Vulneráveis a mão forte...



O suposto tsunami que teria invadido a Vila de S. Vicente
em 1541... Tela do Pintor Carlos Fabra
Vilalabjor.unicamp.br



Que quer
Usurpar?
Esse homem
À essa natureza
Dócil e adormecida...
Terra sentida que ao mundo

Convida; chega a hora, quer o homem
A conquista ; o imóvel não consegue recuar
O interior, recôndito, estremece, resmunga,
Permite ver e um dia irá despertar...
Das profundezas o grito
Quente alardeado
Intempestivo
E terminal...


Nem o sismo
Imprevisto e cruel
Quebranta a fibra dessa gente
Que se afirma deslumbrada
Aos que perdidos vivem
Sem apoio e forças
A ergue-los alto
Orações são
Ouvidas
E a vida

Da vila destruída
Recomeça... Os sobreviventes
Recorrem às terras mais altas e tentam
Sobreviver... Algum tempo depois recuperar
O Pelourinho e os sinos Da Igreja Matriz
São recolocados em novo lugar
Honrado e digno....

A Vila agora ,

Reconduzida em terra
Boa e firme se prepara
Para o futuro um novo país
Estaria por vir...


***

Nota dos autores:
" A cidade de São Vicente foi a primeira a ser fundada em solo brasileiro , inicialmente sobre ilhas sedimentares. Ações dos mares e do solo arenoso não suportaram as primeiras construções. Mas a cidade foi reconstruída em solo continental e , hoje, de uma pequena vila destruída e reerguida, pode-se contar reconstruir as fundações da historia de nosso país."



Informações:
www.explorevale.com.br/baixadasantista/saovicente/historia.htm
www.histedbr.fae.unicamp.br/.../verb_c_sao_vicente-cidade_de.html
www.historiamais.com/fundacao_sao_vicente.htm




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Carmem Teresa Elias e Walter de Arruda

 
Carmem Teresa Elias e Walter de Arruda
Enviado por Carmem Teresa Elias em 17/05/2012
Reeditado em 18/05/2012
Código do texto: T3673295
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