Palavras que voam

Palavras que voam

espalham a poeira

das esperanças adormecidas.

Sinto que a bruma recua

e pressinto alguma luz.

Marina, ao meu lado,

sorri confiança e ilumina

por instantes

a escuridão do olhar.

Além do vidro, a vida

segue um riso anônimo.

Queria lhe seguir,

mas o tubo me contém.

O visco dessa teia

adia meus passos

e, no entanto, a luz

pressentida insiste

que a vida haverá

de me esperar.

Talvez seja só,

outro viajar.

para Marina, que fez a viagem.