Folhas de outono

Ó pátria mais desacostumada

presa a conceitos do passado

suas grades são feitas de um preconceito

vindo desde sempre, dos antepassados

Surgem como as folhas do outono

Que mal sabem se vingam ou se morrem

Se escondem no vento frio da noite

e esperam a morte com sua foice

Ó vida mais desastrada, sem nada

sem escrúpulos perante a madrugada

Ó gente do meu Brasil, pátria amada!

que do amor vive desgarrada!

Não lutam, não dão sua cara a tapa

E esperam as folhas do outono

como o milagre de cada alvorada!

Ó corações enamorados, casados

com o medo da solidão anunciada!

Cruzam os braços perante o mal

e o denunciam com lição de moral

Moral esta que o mesmo não cumpre

Se vendendo a qualquer vislumbre...

Ó ruas estreitas por onde passo

Ó cidade que provoca meu cansaço!

Corro, corro mas nunca chego

A lugar algum, sem rumo como todos...

Seria tão bom apenas prosseguirmos com o vento

Levados como as folhas de outono...

Gele
Enviado por Gele em 06/02/2007
Código do texto: T371151