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HOSPITALEIRO



Quando anfitrião,
nunca perco o bonde;
viro um fanfarrão.

Gastando homilia,
enceno um bugio,
invento alegria.

Bebe-se do vinho
e pastam-se os comes:
não falta carinho.

Mas, se a festa foi,
lá no fim da festa
quem me diz um ‘oi’?

Aos convivas, idem,
pegam seu caminho
e a volta dividem.

Músicos a pé...
Tocadores lucram
o que ninguém é.

No salão vazio,
a varrer saudades,
fico a ver navio.

Só, que nem um chim,
eis um ermitão,
escondido em mim.


Fort., 13/06/2012.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 13/06/2012
Código do texto: T3722563
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