Arrepios

Desamarrei minha canoa

Peguei o leito do rio

A madrugada já ia embora

Deixando a névoa e o frio.

Fui remando em silêncio

Pra não despertar os lambaris

Cortando a correnteza em fatias

Pois não me encontrava feliz.

Queria esvaziar o meu peito

Eliminar a saudade dela

Fui navegando naquele rio

Com a minha canoa amarela.

Segui sem rumo à deriva

Provocando ondas pequenas

Que morriam nas praias nativas

Naquela manhã tão serena.

Fui seguindo assim sem destino

E não parava de remar

Quanto mais a canoa corria

Mais me aproximava do mar.

De repente eu acordei

Recebendo um leve beijo na face

Abri os olhos logo avistei

Meu amor dizendo me abrace.

Ela havia sonhado também

Disse que queria ser o meu rio

Navegue em mim me faça alguém

Quero sentir agora o seu remo

Pediu que a levasse ao extremo

Entre o prazer e arrepios.

Francisco Assis silva é Bombeiro Militar

Email: assislike@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 21/06/2012
Código do texto: T3736616
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