Basta

Basta a mão corrompida

Basta a madeira corroída

Basta a moça pervertida

Basta a mata invadida

Basta o homem tristonho

Basta o paraíso ser só um sonho

Basta o desespero medonho

Basta do que me envergonho

Basta a casta

Nobre e vasta

Comandar a devasta

Como a má madrasta

A terra também é tua mãe

O que fazes com ela? Espanca-a?

Então percas a esperança

Do dinheiro como alavanca

Porque um dia a madeira acaba

Porque um dia a fumaça macabra

Irá fazer tua grande gaba

Dizer abra-cadabra

Mas mesmo assim a casa desaba

E antes que o chão se abra

É melhor imitar cabra

Que parte em retirada

Antes de ser rejeitada

Pela terra abençoada

E pelo homem maltratada

Basta de tudo

Almejo somente o veludo

Vestindo o homem desnudo

Será que somente me iludo?

Basta gente!

A humanidade clemente

Ainda é crente

Que terá o presente

Da vida excelente

Nesta Terra que brada urgente

Que a fome, a guerra e a corrupção

Sejam extintas para sempre.

Alma Collins
Enviado por Alma Collins em 08/02/2007
Código do texto: T373933