ÚNICA VERDADE

A noite hoje me parece um livro.
Onde posso escrever a minha vida
Com suas páginas de silêncios e pensares.
Não vi estrelas pelo céu
Embora eu tenha
Olhado atentamente este céu infinitamente
Negro...
Uma lufada de ar frio
Vez ou outra me obriga a fechar os olhos
Então percebo que choro!
Um pranto de silêncio que escorre
Em segredo
Até mesmo de mim.
Quem sabe, minha alma chora?!
Ansiando a liberdade, minha alma chora
Prisioneira
No meu corpo – masmorra.
A solidão do céu
Abandonado pelos astros
É tão dolorosa quanto a minha solidão
À olhar o infinito.
Tento inutilmente rascunhar
Alguns versos que aleatoriamente
Sopra-me o vento
Mas a menina que mora dentro de mim
Nega-se a escrever – pois a tristeza da noite
Também a ela toca
E encolhida num canto do meu coração
Chora baixinho,
Sabendo que a hora se aproxima
E os sonhos que serão verdade
Estarão muito mais longe que agora
Nesta primeira hora de julho
Envolta em negrume de silêncio
E espera...
A manhã se prepara em clarões
Que desvirginam o dia e meus olhos
Acompanham o despertar do dia, mesmo sabendo  
Que tudo não vai passar de um breve adeus
Continuo olhando o céu...
 
                                 
 

 
Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 01/07/2012
Reeditado em 27/06/2020
Código do texto: T3754478
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