Sonhos mortos

Havia em mim tantos sonhos

Tantos planos, desejos e anseios

E vi todos a mim escaparem

Tal qual água por entre meus dedos.

Talvez não fosse meu Deus

Do meu destino a vontade

Que algum dia eu fosse

Conhecedor da felicidade.

Mas, que desta mesma

Eu tivesse não mais que desejos

Cumprindo assim os meus dias

Aprisionado a mim mesmo.

E foi-se então o primeiro

Seguido este por tantos outros

Hoje eu vejo meus sonhos desfalecidos

No escuro imenso que dá cor aos meus olhos.

Serei eu algum dia oh Deus,

Um sonhador outra vez?

Sinceramente, não creio ser eu capaz

De sonhar um sonho que se desfez.

E hoje reavivar algum sonho

Para mim é passado

Posto que, descansam em paz

Jazidos no meu coração e trancados.

Pois eles nada mais são

Que cadáveres já decompostos

Jazidos na escuridão profunda

Que preenche o vazio do meu coração.

Eu não escrevo, não canto

E nem ando fardado

Não sou poeta, cantor

E nem sou soldado.

O que apenas eu sou

É um pobre diabo

Já esquecido dos sonhos

E afogado em fracasso

Que vivo dos outros

A espera de uns trocados

Com panos novos e outros surrados

Comendo do pão que me é dado.

E já desvalido daqueles

Que dão vida ao homem

Nada mais oh meu Deus

Nada mais eu desejo

A não ser estar entre os sonhos

Que habitam meu coração

Esquecidos, jazidos, trancados;

Inertes e sepultados.

Anderson Cleiton
Enviado por Anderson Cleiton em 02/07/2012
Reeditado em 02/07/2012
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