AMANHECER

Aqui, bem aqui dentro do meu peito

Aqui onde aponto até sentir enorme a dor

Aqui onde o ódio e a mágoa me consumem

Aqui também é a casa do amor

Este animal bravio e agitado

Este ser malévolo e despudorado

Este espinho enfiado no meu leito

Também é meu anjo adorado

Há noites em que a doida me acorda

Rasga a mortalha do amor perdido

Gritando: "Morre e mata maldita!"

Mas amanhece e meus olhos semi-cerrados

Olha a vida como ela merece ser vivida

E eu mansa, calada e arredia

Levanto descalça e sem a camisola

Abro a janela para mais um dia

E o Deus Sol me aquece e me consola

Franz Znarf
Enviado por Franz Znarf em 15/07/2012
Reeditado em 16/07/2012
Código do texto: T3778440
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