Casa de comadres

É uma sala de comadres,

um diz-que-diz e a verdade,

ninguém sabe onde ficou...

Chora zé, grita matias

xinga joca, e a farinha

foi maria quem jogou...

Deus do Céu!

Que coisa louca.

- Chama o padre!

- Prá quê? Agora é tarde, o caldo já entornou...

Ele se foi porta afora,

levou o saco e a viola...

Ela ficou e o seu mundo,

pouco a pouco desabou.

Hoje vive da saudade

da viola e da vontade

de cantar, que João levou.

Já nem sabe a quanto tempo

que não ouve a voz do vento,

e nem quando, o papagaio se calou.

Mede o mundo na tristeza

e nas lágrimas que chorou.

Asta Vonzodas
Enviado por Asta Vonzodas em 13/02/2007
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