Papel do Teatro de Cá e Lá

Qualquer desenho que eu fizesse,

mesmo sendo risco e rabisco,

ela dizia:

-está lindo!

Qualquer dor que eu sentisse,

sendo de cabeça ou de dente,

era o que ela fazia:

esfregava os meus pés.

Qualquer coisa que me acontecia,

arte ou desgraça,

ela agradecia:

-graças a Deus!

Qualquer molecagem que eu participava,

grave ou greve,

ela estava ali para me proteger

e dizia:

-ele não fará mais, está arrependido!

Acordei e ela estava ali,

vinda de lá, e desempenhava

o mesmo papel:

aqui e além!

L.L. Bcena, 25/10/2000

POEMA - Caderno: Amor Dormido e Sonhado.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 08/08/2012
Reeditado em 15/12/2017
Código do texto: T3820044
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