Cúmplice coração
Nas infindáveis, longas madrugadas,
Em que mais preciso de uma companhia,
Avoluma-se em meu peito
Um pranto triste, dolorido.
Sinto correrem copiosamente
Pelo meu rosto, lágrimas amargas,
Com o gosto da desesperança,
Porque sinto que o meu tempo está acabando.
E quando, enfim, adormeço,
Meu romântico e cúmplice coração
Tece doces sonhos de amor,
Suavizando, assim, a minha solidão.