Ode ao Tempo II

Do mais longínquo ao mais recente

Transcorre e corre docemente:

Fluido, suave e arredio

Soa a badalada do tardio

No calendário do presente.

Do mais próximo ao mais distante

Caminha o tempo inconstante:

passagem súbita que anuncia

Discretos traços da alegria

Marcada fixa no semblante.

Em (des)controle (im)previsível

Faz-se todo o (im)possível:

Aproveita-se o tempo dado

Dando tempo ao sonho alado

Mudar a realidade preferível.

Ocaso que mede a paciência

Da fria razão em imanência:

Arguto sentimento aquece

O surpreso coração amornece

E busca no tempo assistência.

Tragédia iniciada no nascer

Comédia interpretada no crescer:

Assuntos debatidos ludicamente

Novela mascarando o inconsequente

Elegia do próprio tempo ao morrer.

Alberto Busquets
Enviado por Alberto Busquets em 25/08/2012
Código do texto: T3849157
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