CÂNTICO A NAÇÃO

Te ver deitado neste berço mórbido

Me estilhaça meu Brasil o coração

Me ajunto aqueles que perplexos se encolhem

Ante a infâmia que enodoa-te o brasão

Pra que lembrar a retumbância de um brado...

Se a eclipse da vergonha quer teu sol?

Onde se vê no clamor de um só letargo

A covardia espraiar em teu lençol?

Teus raios fúlgidos, na verdade já fugiram

E o céu da pátria se sujou de lama densa

Pois a política meu País com que te guiam

Só de desgraças afiança nossas crenças

Pelo penhor de uma igualdade prometida

Os emigrantes abandonam teus sertões

Levam nas malas a esperança de mil vidas

Pra semearem no jardim de outras nações

De que valem braços fortes em mentes fracas

Se a liberdade não conhece mais limites...?

Só prolifera na exploração dos velhacos

E só respeita o engodo da elite...

No esplendor de teu berço inda flutua

A imagem conspurcada do cruzeiro

Que de real transformou-se em falcatrua

De luxo a lixo engorda a conta dos doleiros

A própria vida em oferta é pouco ainda

Para salvar um gigante da miséria

Este é um futuro que dormiu num sonho lindo

Pra despertar na mais remota das quimeras

Os nossos bosques que em teu seio foram um dia

O espelho intenso de suas flores e verdes mares

Hoje reflete a imagem nua da agonia

Num céu manchado por centenas de pesares

E de eterno só restaram as esperanças

No verde louro de uma flâmula enferrujada

A paz na vida virou sonho de criança

E os nossos sonhos,uma vida abortada!!!

GILMA LAISA
Enviado por GILMA LAISA em 02/09/2012
Reeditado em 04/09/2012
Código do texto: T3862186
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